segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Que amor é esse?

Que amor é esse?

Que violenta,
Que oprime e amedronta.
Que bate,
Que late, que morde e não reparte.

Imbecil e cego,
Inseguro e débil,
Idiota e banal.
Que amor é esse?
Esse é o amor passional.

Frio e seco,
Raso e oco.
Mesquinho e tenso,
Ele é torturantemente denso.

Insano e cruel,
Que arremessa o outro ao léu,
Que cansa e angustia,
Esse é o amor de uma geração doentia.

Que amor é esse?

Divertido e desviante...
Hum! Excitante!
Nem cansativo, nem fatigante...
Que amor é esse?
Hum! amor errante!

Que amor é esse?

Intangível e instigante,
Livre e provocante.
Amor-jogo, amor-criança, amor-fantasia...
Que amor é esse?
Esse é um amor utopia...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Elegia ao Bom Nome

Hoje eu fui tomado de uma nostalgia saudável, adocicada, profunda de lembranças deliciosas da minha infância pelos chãos do Bom Nome...
Nossa Bom Nome, mesmo não tendo nascido com os pés vermelhos do teu chão, como aspirei/sorvi as areias de tuas terras vermelhas...
Como respirei teu ar de manga, de futebol e de gente sangue do meu sangue...
Como degustei intensamente manhãs de sóis dourados à sábados, domingos, feriados e ‘Mané Feli’...
Como assisti tuas alegrias, teus dramas, mortes e ressurreições...
Como experimentei verões incandescentes, ardentes de uma fome indescritível pela vida...
Sob teus céus estrelados, vi rostos, olhares e belezas que te seduziam para o prazer e o sentido da vida...
Como competi, briguei, venci e perdi jogadas nos campos de disputa que me proporcionaste...
Como delirei em torno de ti, na imaginação de um mundo perfeito, habitado de seres perfeitos, felizes por toda vida...
Como delirei novamente em torno de ti, ao te imaginar um mundo perfeito, habitado de seres perfeitos, humanos por toda vida...
Como ainda sinto demasiadamente tuas percas, inevitavelmente porque são percas minhas também...
Onde nos reencontramos hoje bom nome, senão na nostalgia adocicada desta infância que não volta mais, mas, que reacende esperanças adormecidas e sonhos de que um dia o bom nome ainda volte a sorrir como antes, como nos tempos de uma infância...

domingo, 10 de janeiro de 2010

Teu olhar...
Não consegui encontrar teu olhar...
Aqueles olhos já não existiam mais...
Reflexo da dor restou o olhar da desilusão...
Por suas vielas obscuras e à iminência do fim, perdera-se o olhar da paixão, do desejo, da beleza...do encanto e da sedução...
Teu olhar, uma verdadeira fonte divina, todos jurávamos que por eles entreviam-se muitos pores-do-sol...
Estarrecidos os vemos interrompidos...
Uma noite longa, sombria, sucumbira teu olhar...
Sem ele, as estradas por onde correstes, ficaram mais ofuscadas...
Os amigos emudecidos...
Os jovens menos iluminados...
Os olhares mais perdidos.
No entanto, prossegue-se a vida...
Teu olhar, não o último, mas aquele de outrora, imponente e belo, nos sugere a esperança de que ainda há muitos pores-do-sol para contemplar!