sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Uma oferenda ao terreiro!

do terreiro para o quintal;
do quintal para a varanda;
da varanda para o corredor;
do corredor para a campainha;
da campainha? já ninguém mais responderia.
Mas, uma porta se abriria;
e então, que pena, uma presença mórbida e fria;
ali, não permaneceria.
Se pudesse, hum... para o terreiro correria...
lugar mágico da vida e dos viventes de outrora;
espaço das brincadeiras ao cheiro de indescritível prazer;
tempo de noitarias sem fim, ao ar, ao olhar, ao beijar e aos
primeiros acariciar e tocar...
chão das deliciosas sensações;
solo do prazer;
recanto das falas divertidas;
terreiro, terreno sagrado...
todos aprendem com todos;
terreiro, cotidiano desejado;
terreiro, útero da comunidade;
do patrão ao peão;
terreiro, louvado seja o teu chão!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Um país filho da putamente covarde com seus mestres!!!

Um país que abanona seus mestres,
ao desespero das ruas,
ao desmerecimento de ser recebido e ouvido,
ao dissabor da mentira em detrimento da verdade,
ao silêncio gritante perante o implacável,
deve ser um país covarde...
Um país covarde com seus mestres,
perpetua ignorâncias,
sobeja inconsciências,
fomenta imbecilidades,
ilude idiotas,
idiotiza inteligentes,
enobrece fúteis e futilidades,
deve ser um país filho da putamente covarde...
Um país filho da putamente covarde com seus mestres,
quer mais é que todos se fodam:
que as crianças descreçam,
que os jovens emburreçam,
que as mães enlouqueçam,
que os pais esmoreçam,
que os velhos desapareçam,
e aos professores? os esqueçam!!!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Vixee voltei!!!

Olá queridos, entre um 'porre' e outro, entre uma ausência e outra, estamos de volta para dar continuidade a novos 'porres', afinal, esta 'embriaguez' não pode parar!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Que amor é esse?

Que amor é esse?

Que violenta,
Que oprime e amedronta.
Que bate,
Que late, que morde e não reparte.

Imbecil e cego,
Inseguro e débil,
Idiota e banal.
Que amor é esse?
Esse é o amor passional.

Frio e seco,
Raso e oco.
Mesquinho e tenso,
Ele é torturantemente denso.

Insano e cruel,
Que arremessa o outro ao léu,
Que cansa e angustia,
Esse é o amor de uma geração doentia.

Que amor é esse?

Divertido e desviante...
Hum! Excitante!
Nem cansativo, nem fatigante...
Que amor é esse?
Hum! amor errante!

Que amor é esse?

Intangível e instigante,
Livre e provocante.
Amor-jogo, amor-criança, amor-fantasia...
Que amor é esse?
Esse é um amor utopia...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Elegia ao Bom Nome

Hoje eu fui tomado de uma nostalgia saudável, adocicada, profunda de lembranças deliciosas da minha infância pelos chãos do Bom Nome...
Nossa Bom Nome, mesmo não tendo nascido com os pés vermelhos do teu chão, como aspirei/sorvi as areias de tuas terras vermelhas...
Como respirei teu ar de manga, de futebol e de gente sangue do meu sangue...
Como degustei intensamente manhãs de sóis dourados à sábados, domingos, feriados e ‘Mané Feli’...
Como assisti tuas alegrias, teus dramas, mortes e ressurreições...
Como experimentei verões incandescentes, ardentes de uma fome indescritível pela vida...
Sob teus céus estrelados, vi rostos, olhares e belezas que te seduziam para o prazer e o sentido da vida...
Como competi, briguei, venci e perdi jogadas nos campos de disputa que me proporcionaste...
Como delirei em torno de ti, na imaginação de um mundo perfeito, habitado de seres perfeitos, felizes por toda vida...
Como delirei novamente em torno de ti, ao te imaginar um mundo perfeito, habitado de seres perfeitos, humanos por toda vida...
Como ainda sinto demasiadamente tuas percas, inevitavelmente porque são percas minhas também...
Onde nos reencontramos hoje bom nome, senão na nostalgia adocicada desta infância que não volta mais, mas, que reacende esperanças adormecidas e sonhos de que um dia o bom nome ainda volte a sorrir como antes, como nos tempos de uma infância...

domingo, 10 de janeiro de 2010

Teu olhar...
Não consegui encontrar teu olhar...
Aqueles olhos já não existiam mais...
Reflexo da dor restou o olhar da desilusão...
Por suas vielas obscuras e à iminência do fim, perdera-se o olhar da paixão, do desejo, da beleza...do encanto e da sedução...
Teu olhar, uma verdadeira fonte divina, todos jurávamos que por eles entreviam-se muitos pores-do-sol...
Estarrecidos os vemos interrompidos...
Uma noite longa, sombria, sucumbira teu olhar...
Sem ele, as estradas por onde correstes, ficaram mais ofuscadas...
Os amigos emudecidos...
Os jovens menos iluminados...
Os olhares mais perdidos.
No entanto, prossegue-se a vida...
Teu olhar, não o último, mas aquele de outrora, imponente e belo, nos sugere a esperança de que ainda há muitos pores-do-sol para contemplar!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Infância, terra querida!
Noite imensa, olhar perdido, coração a mil...
Alma no vazio, certezas ausentes...
Amor em queda livre, amor inglório...
Razão que cansa, que causa, que provoca...
Rejeitemos as convicções, insegurança dos fortes...
Celebremos a dúvida, alegria dos frágeis, glória e ruína dos heróis... Infância, por onde andas? terra querida, estrada sagrada, berço da leveza, utopia dos desvalidos...
Onde haveremos de te encontrar novamente?